Violência de Género e narrativas biográficas Título Autora As narrativas contadas a partir do Eu de quem foi sujeita à violação dos seus corpos, à devassa da sua vida, às vivências de situações dramáticas de risco de vida são o mote deste artigo. Procura-se perceber qual o lugar em que estas mulheres se colocam como personagens nas suas histórias e trajectórias de vida, quais são os seus olhares e quais os seus contributos para a produção de conhecimento na área da violência de género. Palavras-chave: narrativas, violência de género, olhares e perspectivas de vítimas
Título Autora De acordo com a epistemologia feminista, a investigação que produzimos nunca é neutra relativamente a valores, nunca é um mero reportar objectivo de uma pesquisa, mas pode sempre ser vista como um conjunto de relatos escritos e apresentados por autoras situadas (e autores situados) ocupando posições particulares. Mais, enquanto investigadoras (e investigadores), é-nos dada uma posição de poder, a qual se refere também à nossa maior capacidade de decidir qual a versão a contar, o que dizer, quando e a quem. É portanto crucial que consideremos o modo como os nossos distintos posicionamentos têm um impacto na investigação que conduzimos, e que nos envolvamos no processo de consciente e intencional de reflexão e questionamento que a noção de reflexividade implica. É, todavia, também importante que este processo seja tornado transparente, isto é, que em certa medida esse processo se explique e explicite no que se escreve e ou apresenta a diferentes públicos. Estes públicos, por sua vez, também influenciam o tom e forma da narrativa da investigação. Assim, enquanto investigadoras (e investigadores) feministas reclamando realizar investigação emancipatória, não há uma história simples que possa ser contada: o que contamos, o que incluímos e excluímos dos nossos relatos, porque e como o fazemos (enquanto investigadoras, académicas e activistas) e para quem (sobreviventes, académicas, activistas, etc.) merece reflexão crítica. Isto levanta ainda a questão da maneira como a reflexividade é incorporável no texto da nossa investigação: como tornar claro que temos uma certa voz (que não é sem contexto) e uma presença na narrativa, sem a sobrepor à voz das participantes; como resistir à pressão de aparecermos como neutrais (quando tal poderá ser considerado estratégico); como avançar e continuar a escrever em face dos desafios por vezes paralisantes colocados pela reflexividade? Estas são questões que pretendo explorar nesta apresentação. Especificamente importa-me discutir se, e de que modo, uma reflexão sobre as minhas experiências, posições e questões enquanto investigadora no projecto “Amor, Medo e Poder: um estudo feminista sobre a violência de género nas relações de intimidade” pode ajudar não apenas a contar uma outra história, uma história diferente, mas também a contar outras histórias que possam fazer a diferença. Palavras-chave: investigação feminista, narrativa, reflexividade
Título Autora O presente estudo, que é parte de uma investigação acerca das representações sociais da violência doméstica em casais homossexuais, visa perceber o que torna única a violência conjugal entre mulheres. Foram realizadas, para tal, entrevistas a mulheres vítimas de violência em relações lésbicas. Os dados evidenciam situações de abuso que vão desde a “pequena violência” a ocorrências que colocam a vítima em risco de vida. Mostram igualmente o duplo silenciamento e isolamento a que estas mulheres estão sujeitas, por percepcionarem um escasso (ou nenhum) apoio institucional, por sentirem que têm de guardar segredo. Os resultados obtidos são analisados com vista às mudanças que consideramos necessárias no sentido de quebrar o silêncio e de dar resposta às mulheres que procuram ajuda. Palavras-chave: Violência conjugal; relações lésbicas; vítimas [ apresentação em PDF ]
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