TEMA

A inovação educativa em geral, e pedagógica em particular, tem sido objeto de estudo impulsionado por organismos internacionais como a Comissão Europeia (EC) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD). Num relatório de 2014, patrocinado pela Comissão Europeia, assume-se uma prática educativa inovadora como algo que inclui algo novo num determinado contexto em termos de prática de ensino – Pedagogia inovadora -, e algo novo num determinado contexto em termos de organização escolar – Escola Progressiva. O “novo” pode ser algo que até já existia noutro país, região, escola ou sala de aula (num sentido lato), ou algo mesmo completamente novo. Num relatório para a OECD, Looney (2009) referiu que as inovações educativas costumam enquadrar-se realmente nos processos (métodos, práticas e organizações) incluindo abordagens novas ou significativamente melhoradas nas práticas pedagógicas de ensino, aprendizagem e avaliação, ou mesmo mudanças na organização, governança ou sistemas (p. 5). No que concerne as abordagens pedagógicas inovadoras, a tendência é para serem centradas nos estudantes e de natureza construtivista. O desenvolvimento de capacidades de pensamento e argumentação (capacidades para “aprender a aprender”) e a habilidade de sintetizar conhecimento transversal ao currículo têm sido enfatizadas. Os professores assumem papéis diversificados e mais ativamente envolvidos na aprendizagem dos estudantes. Os estudantes conduzem as suas próprias investigações e formas de resolver problemas. A avaliação tende a ser formativa e um instrumento de aprendizagem.

Uma ideia essencial na inovação educativa é a ideia de eficácia, porquanto algo verdadeiramente e positivamente inovador, tem necessariamente que produzir uma melhoria no contexto onde é implementado. E é esta parte que por vezes é descurada, apresentando-se o processo inovador, e não o resultado desse processo, que justifica o seu carácter inovador.

Cada vez mais urge a apresentação e impulsionamento de processos inovadores nas escolas, mas cada vez mais também, se necessita da devida identificação das melhorias pedagógicas que deles resultam, para melhor defender, justificar e ampliar tais processos inovadores.


Alguma bibliografia sobre Inovação e Melhoria Pedagógica
Cachia, Romina, Ferrari, Anusca, & Punie, Yves (2010). Creative Learning and Innovative Teaching Final Report on the Study on Creativity and Innovation in Education in the EU Member States. JRC No. 62370. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities.
Cosme, Ariana, & Trindade, Rui (2010). Inovação pedagógica: Para que é que a queremos? Revista Aprendizagem, 17, 32-33.
EC – European Comission (2014). Study on policies promoting innovative pedagogies that are effective in tackling low achievement in basic skills. Final report. Luxembourg: Publications Office of the European Union, Prepared by Allison Dunne, Rakhee Patel, Manuel Souto Otero. doi: 10.2766/72351.
Hofman, R.H., de Boom, J. , Meeuwisse, M. (2013).Educational Innovation, Quality, and Effects: An Exploration of Innovations and Their Effects in Secondary Education . Educational Policy. Volume 27, Issue 6, November 2013, Pages 843-866
Kärkkäinen, K. (2012), Bringing About Curriculum Innovations: Implicit Approaches in the OECD Area, OECD Education Working Papers, No. 82, OECD.
Looney, J. W. (2009), Assessment and Innovation in Education, OECD Education Working Papers, No. 24, OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/222814543073
OECD (2008). Innovating to Learn, Learning to Innovate, OECD Publishing, Paris.  http://dx.doi.org/10.1787/9789264047983-en
OECD (2013), Innovative Learning Environments, OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/9789264203488-2-en
OECD (2014). Measuring Innovation in Education - A New Perspective. OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/9789264215696-en