Voz (es), Silêncio (s) e movimentos sociais na violência de género
Título
Movimento feminista e agência política de mulheres vítimas de violência
Autora
Maria José Magalhães
Investigadora Projecto Love, Fear and Power-Pathways to a Non-Violent Life CIIE/FPCEUP
Discutindo actor/a social, agência política (McNay 2004; Magalhães 2003) e agência política histórica (Lovell 2003), esta comunicação pretende pretende mostrar o papel do feminismo nas perspectivas das mulheres vítimas e o papel das vozes das vítimas no movimento feminista português. Operacionalizando categorias conceptuais como habitus e fenomenologia do espaço social (Bourdieu 1977) assim como autoridade para falar (Butler 1999) e voz colectiva (tomada coletiva da palavra, Freire 1977), os percursos de Maria, Fátima, Cláudia, Cristina e Márcia serão entretecidos para compreender de que forma as suas vozes e agência se congregam para fazerm sentido para si próprias à mudança social nas suas vidas actuais.
Assentando em entrevistas em profundidade a vítimas de violência de género que estiveram ou estão em casas de abrigo e / ou em acompanhamento por centros de atendimento, esta pesquisa evidencia as dificuldades que as mulheres enfrentam para ter uma voz nos caminhos que lhes estão aberto para se livrarem dos seus parceiros ou ex-parceiros violentos.
Esta pesquisa faz parte do Projecto “Love, Fear and Power: pathways to a non-violent life”, financiado pela FCT em parceria com a CIG.
Palavras-chave: agência política, violência de género, mudança social, tomada colectiva da palavra, movimento social feminista
[ apresentação em PDF ]
Título
Percursos de Literacia para a Não-Violência: Lideranças Partilhadas
Autoras
Cláudia Múrias, Marijke de Koning, Raquel Ribeiro e Alexandra Carvalho
Fundação Cuidar O Futuro/Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Porto, Portugal
No intuito de mobilizar a sociedade civil no empoderamento das comunidades está a ser promovido o projecto Literacia para a Igualdade de Género e Qualidade de Vida: Lideranças Partilhadas. Com este projecto, pretende-se desenvolver um olhar crítico na reformulação de lideranças a partir das representações de participação e de responsabilidade partilhadas entre homens e mulheres nos espaços público e privado, através da construção de diversificados Percursos de Literacia com técnicos de intervenção socioeducativa, líderes locais, profissionais em lugares de tomada de decisão, cidadãos e cidadãs em geral.
Para a construção destes Percursos de Literacia, recorre-se à metodologia de Aprendizagem pela Conversa, proporcionando espaços onde as pessoas encontrem a possibilidade de “abrandar”, discutir e reflectir sobre as suas experiências profissionais. Nesta abordagem, a Intervisão e a Comunicação Autêntica e Não-Violenta constituem também referências estruturantes na mobilização de recursos e construção de redes sociais de apoio.
Discute-se como é que este projecto pode contribuir para a intervenção sobre a violência de género, ao promover a acção colectiva para a mudança social através de uma praxis de lideranças partilhadas.
Palavras-chave: aprendizagem pela conversa; intervisão; comunicação não-violenta
Título
Vozes de mulheres sobreviventes de violência
Autoras
Salomé Coelho - CES UC
Maria José Magalhães - CIIE FPCEUP
Soraia Gonçalves - FPCEUP
Diversas/os autoras/es têm referido o movimento de casas de abrigo (Shepard and Pence 1999; Hagemann-White 1998; 2009) como fonte e acção política para a mudança do estatuto do das vítimas de violência.
O contexto político português produziu um movimento feminista frágil e fragmentado, nos anos 1970 e 80 (Tavares 2011), levando a um atraso nas respostas sociais para as mulheres vítimas de violência doméstica e de género. Apesar da revolução portuguesa de Abril, algumas dimensões da vida social mantiveram-se inalteráveis: a esfera privada e os direitos das mulheres e de género.
Este atraso nas mudanças sociais (Magalhães 2004) fez com que a luta contra a violência contra as mulheres fosse mais o resultado das directivas da União Europeia e recomendações das Nações Unidas, portanto, numa lógica de cima para baixo. Neste contexto, as vítimas têm sido consideradas no âmbito de um paradigma mais técnico, onde as suas vozes não são ouvidas.
Assentando em entrevistas em profundidade a vítimas de violência de género que estiveram ou estão em casas de abrigo e / ou em acompanhamento por centros de atendimento, esta pesquisa evidencia as dificuldades que as mulheres enfrentam para ter uma voz nos caminhos que lhes estão aberto para se livrarem dos seus parceiros ou ex-parceiros violentos.
Discutindo conceitos de agência (McNay 2004; 2006), poder, desejo e subjectividade (Spivak 1988; 2006) na leitura e interpretação das entrevistas e discursos acerca dos processos e das dinâmicas da saída e libertaçãoo das violentas amarras, pretende-se nesta comunicação apresentar as perspectivas para uma voz ou uma polifonia para a mudança social.
Esta pesquisa faz parte do Projecto “Love, Fear and Power: pathways to a non-violent life”, financiado pela FCT em parceria com a CIG.
Palavras-chave: violência de género, voz, agência, movimento feminista
[ apresentação em PDF ]
